sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Ser Humano

Ontem no final da sessão de biodanza, me senti espécie.
Me senti espécie humana.
Com tudo aquilo que ela tem de positivo e saudável.
Com tudo aquilo que ela é em essência. Em sua forma primordial, antes ainda de qualquer cultura ou civilização ter surgido.

Senti que fazia parte de um Grupo, de uma Bola Humana, de um Colectivo.
Colectivo esse que trás consigo certas características e que quando com elas nos conectamos, nos sentimos verdadeiros, nos sentimos vivos, nos sentimos presentes.

As características que ontem senti vincadamente foram as de espécie gregária, comunitária, que vive junto, que precisa de outra presença humana para se desenvolver e florescer. Uma espécie que precisa de cuidar e de ser cuidada pelo outro. Um espécie relacional, tal qual uma alcateia de lobos.

Desde os nossos tempos primordiais - quando ainda morávamos em cavernas - que sempre vivemos em Grupo, tal qual uma Tribo. E eram estas formas de vida que bem próximas estavam destas características gregárias da espécie.

Mas à medida que o tempo foi passando, surgiram as culturas, as civilizações, as religiões e as organizações, que muito desvirtuaram o sentido original da espécie.

Actualmente, o modelo capitalista aparenta ser o padrão civilizacional. Um modelo profundamente individualista e separatista. Daí que nas civilizações marcadamente dominadas por este padrão, os casos de depressão, desmotivação existencial, drogas e vícios e até mesmo de suícidio, estejam a crescer de dia para dia. Como que escapes que se vão arranjando no dia-a-dia para diminuir a angústia de não se saber quem realmente se é.

Em suma, o modelo actual é contra-natura, é repressor e castrador das características primordiais da espécie (pois tende a isolar, a individualizar, a separar, ao invés de agregar, de agrupar).

Em meio de todo este caos que se gera, derivado da Humanidade se sentir distante das suas características originais (enquanto espécie), surgem mil e um crenças para tentar amenizar esta patologia. Mas nenhuma ideologia, nem nenhuma crença, pode mudar o que está em nossos génes, em nossas células, em nossa espécie.

E hoje me sinto espécie.
Nem mais, nem menos que isso mesmo.
Nem dívino (a própria divindade), nem devoto (o que presta culto à divindade), mas tão somente a própria espécie.
Sou o que sou e o que sempre fui: a beleza da espécie humana.
Não sinto por isso necessidade de qualquer acréscimo, ou de qualquer diminuitivo. Me sinto pleno de vida assim mesmo.

2 Comments:

Blogger SuEli said...

Oi meu amigo,
Estava com saudades, até que enfim apareceu e com boas notícias.
Fico muito feliz de saber que estás feliz consigo mesmo.
Isto é o que importa na vida. É a nossa Missão aqui na terra, independente de qualquer coisa:
Sermos Felizes.
Devemos isso ao Pai, pois Ele nos quer felizes.
Obrigada por aparecer, pois sinto falta dos amigos.
Beijos e um ótimo final de semana.
Eliana

4:41 da tarde  
Blogger Pedro Silva said...

Olá Eliana,

É isso mesmo!
Viver com entusiasmo e pleno de sentido. E irradiar todo esse entusiasmo e motivação existencial por onde passamos. Contagiar o mundo em redor com essa pulsação intensa de vida. Ser Feliz e deixar feliz aquele por onde passamos :-)

Beijinhos
Pedro

3:38 da tarde  

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