segunda-feira, dezembro 26, 2005

Optimismo no contexto escolar e familiar

As graves e reais preocupações relativas ao futuro escolar e profissional de crianças e jovens justificam a excessiva relevância que professores e pais atribuem ao sucesso escolar, relegando para segundo plano o desenvolvimento pessoal, emocional e relacional. As consequências desta excessiva preocupação e pressão são tremendas. A sobreposição entre valor pessoal e sucesso, leva às crianças e adolescentes uma mensagem de que valem aquilo que conseguem produzir ou atingir, em particular em termos escolares. Se não estiverem ao nível das expectativas e falharem, então não merecem ser amadas e, no extremo, a sua vida não tem valor.

A cultura da apatia, da desesperança e da morte - a contracultura dos adolescentes - pode aparecer como uma resposta inevitável ao mal-estar. Sem perspectivas positivas de futuro, o envolvimento em comportamentos de risco não saudáveis passa a fazer sentido.

Quantas vezes pelo sofrimento, compreendemos, nós pais e mães, nós professores, que urge uma viragem nas nossas atitudes, valores e pretensões, conscientes da desesperança que as actuais provocam, e que é hora de quebrar um círculo educativo constrangedor que, a perpetuar-se, tenderá a manter um povo desalentado desde o berço.

"Educar para o Optimismo" de Helena Águeda Marujo, Luís Miguel Neto e Maria de Fátima Perloiro, Editorial Presença