sexta-feira, julho 14, 2006

A Arte de Escolher :-)

Em tempos li num livro chamado "Apesar do Medo" (da Barbara Kingsolver) onde falava que qualquer escolha nem é boa, nem é má, mas simplesmente mais uma experiência de vida que tem algo para nos mostrar, no fundo, que tem sempre algo com que possamos aprender. Enfim, é uma visão interessante e soretudo muito optimista :-)
E sobretudo óptima para limpar os sentimentos de culpas que poderão nascer em função daquilo que classificamos e apelidamos de "más escolhas" :-)

Mas, ainda assim, e apesar disso, a escolha se torna algo relevante para conseguirmos recriar a nossa vida em função do que desejamos que aconteça nela. No fundo, o que acontece em nossa vida e a forma como ela se estrutura, é muito em função das nossas escolhas.
Por isso, saber escolher é fundamental :-)

O que me leva hoje a escrever sobre a escolha, foi o facto de ontem ter falado sobre ela na nossa roda de partilha do grupo regular de biodanza, onde referi que as pessoas quando são escolhidas para fazer um exercício de dança a dois (por exemplo), tendem geralmente a aceitar o convite que , mesmo que o desejo delas seja dançar com outra pessoa. Todavia, num grupo de aprofundamento, é natural que haja mais tendência, quer para a pessoa que é convidada assumir seu desejo de realizar o exercício com outra pessoa, quer para haver mais selectividade e progressividade na escolha. Enfim, esta é pelo menos a forma como eu vejo as coisas, com todos os riscos que as generalizações implicam (sempre subjectivas e limitadoras).

E é este ponto que queria hoje enfatizar: o da progressividade na escolha. Para mim, saber caminhar no sentido de uma escolha progressiva, é saber respeitar o outro, é dar espaço para o "outro respirar", para manifestar seu "feedback" e, em função dele, podermos ajustar nosso movimento. Se a escolha é feita de "rompante", não há espaço à "percepção do feedback" e a possíveis ajustamentos em face desse "feedback".

Assim, vejo como uma forma muito afectiva de escolha, o podermos olhar o companheiro, avançar gradualmente na sua direcção e sentirmos continuamente a resposta dele ao nosso convite. E, caso ele se mostre indisponível, saber compreender (respeitar e, diria mais, louvar sua escolha, sua decisão, pela coragem em assumir aquilo que realmente deseja na vida, naquele momento presente, no aqui e agora), mas também saber partir rumo a um novo convite, a uma nova solicitação, entrando de novo em "feedback" com outra oportunidade de vida :-)

BioBeijocas
Pedro